segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤA olho nu


Somos meros ciclopes, perdidos num mundo obscuro, cercados por incertezas e angústias, reveladas então pelo bater de nossos próprios sinos, nossas próprias mortes, nossos fins então.

Meu bem não peça para seu novo corte admirar, pois nunca o verei de fato, não exija de mim compreensão para consigo, pois o que verei nada mais será do que seus lindos cachos dourados, no meu ultimo palpitar de vida então.

Com um olho arregalado para tudo e todos, busco olhar e, perante minhas ânsias fico disperso, olho para o céu e vejo o universo retratado em sua linda face, face à qual nunca contemplei mas cegamente amei.

Quantas vezes desejei morrer para, somente sua linda face ver, do lado daquele velho e obscuro senhor, de capa negra e foice a mão... Neste momento almejo o prazer de morrer uma, duas, até três vezes, para sua linda face diversas e incessantes vezes ver...

Ps.: eu te amo... Morte!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤDilema assassino



Herói eu sou, mas não o faço, por viver assim desregrado no meu cotidiano peculiar;

Herói, nunca fui, por duas caras ter, e nenhuma temer, e a todos contemplar, o falso desejo de viver, tudo aquilo que já sei.

Herói serei, por não dar a face para tomar mais um tapa de luva, por aquele velho braço sistemático que tanto odiei e vivi.

Vilão eu sou, por abraçar o mundo, a favor dos fracos e oprimidos, em busca de um pseudo-mundo melhor.

Vilão nunca fui, por em todos meus atos de maldade, sempre querer o bem, dentre tantos velórios que presenciei, a rezar um pai nosso em nome do rei e da pobre alma que decapitei.

Vilão eu serei, por derrubar, todos aqueles que um dia defendi e admirei, mas que no final das contas os odiei, massacrei, e seu sangue, numa velha e suja taça derramei, em poucas gotas de piedade, das tantas que sobraram, eu saboreei, o doce paladar de carne humana.

Sim, sei que um dia esta taça de fino cristal rachará, porem sua fenda lamberei, e ao nascer do sol o contemplarei, num novo dia de paz e rancor, onde meus pobres e singelos conflitos internos tendem a gritar, entre você matar e sua mãe salvar, entre seu pobre filho ajudar, e sua querida neta estuprar, quem sabe um dia, eu pare com isso, pare com todo esse sentimento de cólera divina, talvez, quem sabe um dia talvez, eu deixe de ser deus, entre tantos humanos, e tenha consciência, de que todos aqueles que matei e salvei, não passaram no fundo, do meu próprio rei, talvez um eu mesmo, perdido entre você e eu.



quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ Uno mas..



É o que te peço minha querida, uma singela dose a mais de amor e ódio, para que enfim, eu decida o que beber.

Uno mas eu te peço meu amor, dê-me tua mão, para ao inferno te levar, e todo o glamour contemplar, mostrando a ti, que o mundo é feito de duas faces, uma obscura, singela consigo mesma e outra clara, evidente, porem ameaçadora onde o céu é quente e o inferno é frio.

Onde o que te aquece queima, e o que te refresca petrifica, fazendo de ti, um mero animal perdido em si mesmo, no desejo mórbido de alimento e aconchego.

Uno mas, te imploro desesperadamente, mais um mês, uma semana, um dia, uma hora, um minuto, um segundo de sua falsa piedade para comigo... Eu jogado a um canto, como um mendigo numa linda cidade, onde tudo aquilo que já usei, todo o odor que já traguei e exalei, todo pedaço de floresta que devastei e inalei, toda química que suportei e gozei, não passam de um mero estopim para escrever-te esta carta.

Uno mas, a última coisa que te peço, dê-me o teu coração para que comigo eu o leve, para que todo o prazer universal eu demonstre, ao apertá-lo contra um peito vazio, que entre meus frágeis pulmões bate, no ausentar de uma maquina propulsora, que numa gaveta esquecida, persiste em bater, sem uma razão findável conhecer.

ㅤㅤㅤㅤO “amor do mundo” Incognitos



Apresento-lhes, meros escritores, talvez nem isso sejamos, pois jovem somos, repletos de incertezas e temores.

Somos dois, retratados em uma persona ímpar

Somos tantos que no fim não sabemos quem de fato somos, postamos a vocês, aquilo tudo que acreditamos e ocultamos.

Não temos pretensão de engrandecer-nos, pois aqui não revelamos de fato quem é o herói, quem é o vilão, somos sim dois retratados em um ser individual.

Isso, nada mais é do que os cogumelos à mesa, servidos com um blues ao fundo, como em mais uma banal e fútil visita do poeta da vida ao banquete da morte. Apresento-lhes o que de melhor o ser humano pode expressar, unido ao que de pior os animais podem excretar, lhes apresento o mushroomblues.

Sendo assim, somos, sou O Amor do Mundo, Incógnitos, a andar pelas estranhas ruas de cidade alguma que, eu sei, sabemos que você conhece.